Canarinhos "Cantam Brasil" de 1988 está disponível nos principais aplicativos de áudio; ouça!

Nesta segunda-feira (6/02), o Instituto dos Meninos Cantores de Petropolis (IMCP), disponibilizou o álbum "Cantam Brasil", gravado em 1988, na sede do IMCP, tendo na regência Frei José Luiz Prim, de saudosa memória.

"Nos domingos que tanta gente atraem à Igreja do Sagrado Coração de Jesus, o repertório dos Canarinhos é a polifonia clássica, o canto gregoriano, missas de autores do classicismo, como Palestrina e Hassler. Fora da liturgia, nos concertos que dá cada vez mais por todo o país (já esteve várias vezes no palco do Teatro Municipal do Rio, por exemplo) e em apresentações na televisão, o coral também canta a música sacra, mas aí ao lado da música clássica dita profana, madrigais e canções dos séculos XVI e XVII, e da música clássica brasileira, folclórica e moderna", escreveu Frei Prim na contracapa do disco.

Segundo ele, a música brasileira é cultivada pelos Meninos Cantores com o maior dos carinhos - e este disco é prova preciosa e eloquente dessa dedicação-. "Em cuidadosa produção musical de Maurícia Maestro, um expert em canto coral, integrante de conjuntos vocais do nível do Momento Quatro e do Boca Livre, os Canarinhos mergulham fundo no nosso cancioneiro, num delicioso passeio sonoro que se inicia nos remotos meados do século passado, com a quase sesquicentenária modinha Quem Sabe (Tão Longe de mim Distante), o perene poema do poeta sergipano Sampaio Bittencourt, musicado para sempre por Carlos Gomes. Esse périplo prazeroso chega aos nossos dias na envolvente Coração de Estudante, de Wagner Tiso e Milton Nascimento, uma espécie de hino de recentes campanha cívicas do povo brasileiro", apresentou Frei Prim na ocasião.

"Ao longo da caminhada, a voz maviosa dos Canarinhos faz escalas nos lamentos negros dos maracatus de Capiba, visita as toadas campeiras do folclore gaúcho, estende ecumenicamente a mão aos pontos de caboclos em homenagens a Oxum e Iemanjá, brinca de desafio, cai no passo e voa na vertigem do frevo, escolhendo para essa coreografia nas alturas o frevo dos frevos, o tradicionalíssimo Vassourinhas, de Matias da Rocha. Claro, Villa-Lobos está no disco. Como ele, outros cariocas eméritos: André Filho, com a sua - felizmente - indefectível Cidade Maravilhosa; João de Barro e Alberto Ribeiro, com a alegria buliçosa das marchinhas dos antigos carnavais; e Vinícius de Moraes, em versos de pura ternura, ofertados a São Francisco. Há mais poesia: Cecília Meireles leiloando lirismo. E um reconfortante canto de esperança, em forma de marcha-rancho: a magnífica Estão voltando as flores, de Paulo Soledade", disse. 

As gravações foram feitas ao vivo, Frei José Luiz Prim na regência, na própria casa dos Canarinhos, o Instituto dos Meninos Cantores. Havia o rigor habitual no desempenho do grupo e a alegria de ampliá-lo com mais um disco, um disco especial, com temas populares brasileiros.

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